Um electricista da televisão pública romena atirou-se da galeria do Parlamento, gritando "Boc, roubaste o futuro dos nossos filhos", em protesto contra as medidas de austeridade impostas pelo governo de centro-direita, liderado pelo primeiro-ministro Emil Boc.
Adrian Sobaru, de 40 anos, foi particularmente afectado pelo pacote de redução de despesas do Estado, pois o governo reduziu muitos subsídios sociais, incluindo o que o electricista recebia como ajuda para criar um filho autista.
Sobaru atirou-se da bancada quando estava prestes a começar o debate de uma moção de censura contra o governo apresentada pela oposição. Mesmo apesar do incidente de a sessão parlamentar ter sido suspenso por uma hora, a ausência de vários deputados da oposição foi suficiente para que a moção tivesse sido rejeitada quando foi levada a votos.
Segundo fonte hospitalar, o homem está em condições estável, depois de ter sido submetido a uma cirurgia, em virtude das várias fracturas no rosto que sofreu na queda. Boc lamentou o "incidente trágico" e disse "compreender as dificuldades que muitos romenos enfrentam neste período de crise".
"Apelo a que procuremos soluções para ultrapassarmos este período difícil", disse o primeiro-ministro romeno, que teve de implementar neste ano duras medidas de controlo orçamental para ultrapassar a crise financeira e obter ajuda do Fundo Monetário Internacional e da União Europeia.
In: DN/SAPO – 23-12-2010
A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), que é tutelada pelo Ministério da Saúde, “deve publicar até ao final do mês de Novembro a execução económico-financeira do SNS relativa ao terceiro trimestre do ano”. Esta norma está definida num despacho do Governo publicado em 2008, pelo que as contas do SNS relativas ao terceiro trimestre de 2010, já deviam estar publicadas.
Receio que o seu atraso possa ter a ver com o real défice da Saúde, que pode vir a ser bem maior que aquilo que temia o Ministro da Finanças.
Não precisamos de ministros simpáticos, mas dava jeito que fossem competentes. É que estou a ficar saturado de tanto pagar para combater a crise, para a qual não sinto qualquer responsabilidade para o seu aparecimento, manutenção e até agravamento . Pela minha parte, já sou obrigado a dispensar 8 salários por ano, que, se tivesse dinheiro, punha o Estado em tribunal. De congelamento em congelamento, de redução em redução, qualquer dia já nem tenho vencimento pela incompetência de uns e pelo chico-espertismo de outros.
Eu não posso ter direito à minha aposentação completa, depois de ter descontado para o Estado durante 36 anos, o que me tinha sido exigido. O actual presidente da República, ao que dizem, já pode ter três reformas e um vencimento!? Que país injusto estamos a criar.
Austeridade
Além do corte de 5% nos salários dos trabalhadores públicos, foi também anunciado o congelamento das pensões. Tudo em função da meta do défice.
José Sócrates foi directo ao assunto. Ontem, depois de várias semanas de pressão fortíssima dos mercados, o primeiro-ministro tomou "a decisão dolorosa": os salários dos funcionários públicos vão sofrer um corte de 5% no próximo ano. Depois deste anúncio, feito em directo no ‘prime time' televisivo, seguiu-se uma bateria de dez medidas para cortar na despesa e outras cinco do lado da receita. Tudo somado, são mais 5.120 milhões de euros para garantir que o défice fica em 4,6% no próximo ano.
Além de reduzir os salários - uma medida que, de entre os países mais pressionados pelos mercados, só Portugal ainda não tinha adoptado, como lembrou Sócrates - o Governo quer cortar o número de contratados no Estado e vai também congelar as pensões. As medidas são "de último arraso" e "só são tomadas quando não há outra alternativa", argumentou o primeiro-ministro. Contas feitas, do lado da despesa, o Executivo quer poupar 3.420 milhões de euros, um valor que, ainda assim, não chega para abandonar a ideia de aumentar impostos, que tem travado o entendimento com o principal partido da oposição.
Do lado da receita, os portugueses voltam a sofrer um aumento do IVA - que passará para 23% - e não escapam aos tectos globais e progressivos para as deduções e benefícios fiscais em sede de IRS. Um ponto que Passos Coelho, líder do PSD, tem rejeitado desde o primeiro momento. Tudo somado, são mais 1.700 milhões de euros que entram nos cofres do Estado só por esta via.
Mas Teixeira dos Santos lançou o repto: "Quem achar que se deve cortar mais na despesa, que diga onde se deve cortar e eu estarei disposto a analisar as propostas para não aumentar impostos". Logo de seguida, o PSD deu uma sugestão: estender o congelamento do investimento do Estado "às Parcerias Público-Privadas em curso", avançou António Nogueira Leite. Já sobre o corte dos salários, nem uma palavra.
In: Económico – 30-09-2010
Margarida Peixoto e Márcia Galrão com D.F.
Foto: Micaela Neto/Global Imagens
No PEC para 2010-2013, o Ministério das Finanças estuda um aperto nos benefícios fiscais para famílias e empresas.
O Governo está a estudar a possibilidade de acabar com alguns benefícios fiscais para as famílias e empresas. Segundo o Diário Económico apurou estas alterações serão incluídas no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC). A principal preocupação da equipa de Teixeira dos Santos é garantir a entrada de receitas, em ano de crise e com um défice de 9,3% para controlar.
O PEC deverá ser apresentado em breve e vai conter medidas de combate ao défice de modo a ‘tranquilizar' a Comissão Europeia, os investidores e as agências de ‘rating'.
O Executivo de Sócrates já garantiu que não vai optar por um aumento directo dos impostos e que o esforço de consolidação passa pela redução da despesa, mas está também a estudar a melhor forma de conseguir mais receita. Uma das soluções encontradas é fazer ajustamentos ao nível dos benefícios dados aos contribuintes, prevendo mesmo a eliminação de alguns incentivos.
In: “Jornal Económico” - 01-03-2010
Paula Cravina de Sousa
O pior que se temia veio a acontecer: o União de Coimbra suspendeu o seu futebol sénior por tempo indeterminado. Em causa está a impossibilidade do pagamento a vários jogadores, o que inviabilizou a sua inscrição no Campeonato Ncional da 3ª Divisão. Agora, quando retomarem o futebol sénior, vão ter que recomeçar do princípio, ou seja, na 1ª Divisão Distrital conimbricense.
Coimbra perde prestígio quando uma direcção-geral sai da cidade. Da mesma forma a cidade sai ferida no seu prestígio, quando um dos seus clubes de referência é obrigado a suspender o seu futebol sénior. Coimbra ficou mais escura, com menos brilho. É pena.
Apesar de tanto se falar em crise, há sempre alguns priviligiados que passam ao lado dela. De acordo com o CM de hoje, o “Presidente da TAP duplica salário”. Fernando Pinto declarou ter recebido o ano passado, 816 mil euros.
A empresa até pode estar em crise, que o ano passado apresentou um prejuízo de 285 milhões de euros, mas o seu conselho de administração, no mesmo período, aumentou a despesa para as suas remunerações em 1,82 milhões de euros.
Se há coisa que me irrita solenemente, é quando ouço altos quadros de empresas ou governantes, a dizerem que estão a fazer "um grande esforço" para conter as despesas, blá...blá...blá.