Reconheço que sou um leitor compulsivo, principalmente de jornais. O facto de ter exercido durante anos as funções de Assessor de Imprensa de conselhos de administração de hospitais deve justificar, em parte, este meu comportamento.
Nos jornais, procuro as notícias que as televisões e as rádios não dão. Quando mostram, continuo a procurar nos jornais uma explicação mais detalhada. Igualmente continuo a recorrer à imprensa escrita, para ler os editoriais, os artigos de opinião dos colaboradores, especialistas e leitores, estes últimos com uma forma particular de avaliar o que pensa o verdadeiro povo. Todos têm o seu lugar. Por tudo isto compro e leio jornais e respeito todos aqueles que através do jornalismo procuram a verdade, não cedendo a quaisquer pressões. Não é fácil, mas ainda há bons exemplos, quer na imprensa nacional, quer na imprensa local.
Ultimamente e por causa da campanha eleitoral, aparecem os escritores do reino, tentando seduzir-nos a votar em A e não em qualquer outro partido ou coligação. Sem nos apercebermos de onde vêm tão videntes iluminados, enchem os jornais com lençóis de prosa, autênticas masturbações intelectuais, dado que além do próprio, duvido que alguém leia essa prosa político-partidária.
Este ano vai ser preciso estar mais atento para procurar nos jornais, notícias e verdadeiros artigos de opinião. Este ano eleitoral não vai facilitar a vida dos leitores. Como os jornais servem para informar e comentar, e não para intoxicar, espero que resistam às pressões e consigam cumprir o seu papel, fundamental em democracia, visto que parece que tudo está em campanha.