Nós estamos num estado comparável, correlativo à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesmo abaixamento dos caracteres, mesma ladroagem pública, mesma agiotagem, mesma decadência de espírito, mesma administração grotesca de desleixo e de confusão. Nos livros estrangeiros, nas revistas, quando se quer falar de um país católico e que pela sua decadência progressiva poderá vir a ser riscado do mapa – citam-se ao par a Grécia e Portugal. Somente nós não temos como a Grécia uma história gloriosa, a honra de ter criado uma religião, uma literatura de modelo universal e o museu humano da beleza da arte.
Eça de Queirós, in 'Farpas (1872)'
Nas nossas democracias a ânsia dos mortais é alcançar em sete linhas o louvor do jornal.
Para se conquistar essas sete linhas benditas, os homens praticam todas as acções – mesmo as boas.
Eça de Queirós – “A Correspondência de Fradique Mendes”
É uma pena que todas as pessoas que sabem governar o país estejam demasiado ocupadas a conduzir táxis e a cortar cabelos.
George Burns
Publicado por João Silva no blogue “Bom dia Mondego”
Autênticos governantes de bancada. Aí está uma coisa que podiamos exportar.
A última sessão da Assembleia Municipal da Figueira da Foz foi... hilariante. O deputado PS, Adelino Pinto, recorreu a um lugar-comum para se pronunciar sobre as declarações recentes do líder local do partido: “se um burro dá um coice, eu cortava-lhe a perna…”. A seguir à conversa sobre os equídeos, acrescentou: “a culpa é do jornalista, que em vez de o entrevistar devia ter chamado o médico, porque há pessoas que sofrem de febre…”. Depois desta intervenção, a venda de termómetros disparou exponencialmente…
In: Jornal “Diário As Beiras” - 06-03-2010