Por iniciativa da Comissão Política Concelhia de Coimbra do Partido Socialista, realizou-se na passada quarta-feira, dia 10 de Novembro, na Casa do Povo de São Martinho do Bispo do Bispo, um plenário de militantes da margem esquerda, das freguesias de: Ameal, Arzila, Ribeira de Frades, Santa Clara, São Martinho do Bispo e Taveiro.
Victor Baptista, deputado socialista do distrito de Coimbra à Assembleia da República, começou a sua intervenção por felicitar Carlos Cidade pela iniciativa destes encontros. Concentrando-se na análise do Orçamento de Estado para 2011 e mostrando conhecer bem os números e o que está verdadeiramente em causa, afirmou que “o país está confrontado com a pior crise dos últimos 80 anos” e que “o objectivo actual do Governo é atingir até final do ano um défice na ordem dos 7 a 7,3% e 4,6% no ano de 2011”. Admitiu que “não foi fácil negociar o orçamento com o PSD”. Alertou os presentes que “a situação é grave para 2011, mas mais grave será em 2012”. Depois duma explicação detalhada, com muitos números à mistura, afirmou que defende este orçamento porque não havia outra solução, mas que o mesmo “não contribuiu para o crescimento, mas responde aos mercados financeiros”, ou seja, aos credores. Depois de aprovado na generalidade, é agora “em sede de especialidade que vamos ter que arranjar os 500 milhões em falta”. Nenhum Governo quer aumentar impostos. Quando isso acontece, “as pessoas têm menos disponibilidades financeiras e há recessão no mercado interno”. Alertou que as pessoas têm que tomar consciência, que “não é possível continuar a aumentar o défice público”. O Estado e os bancos estão endividados e “no final é o povo que paga todas as dificuldades”. Sobre as questões sociais, afirmou que “o orçamento da Segurança Social não é muito debatido, mas que é um terço do subsector Estado”. Afirmou também que “não podemos ter o apoio social que temos à custa do endividamento público. Não podemos continuar a dar aquilo que nos emprestam”, afirmou Victor Baptista.
Durante o debate foram muitas as questões colocadas ao deputado socialista. A todas respondeu, com a crueza dos números. Afirmou que “a situação é grave, mas as pessoas têm agora um conhecimento mais real, pelo que temos de continuar a ter esperança”. Disse que há coisas a estudar e a mudar. Uma delas é o próprio partido abrir a discussão, “em que áreas deve estar o Estado e em que condições?”. Sobre o Metro Mondego, disse: “Não mudei de opinião” e em relação ao TGV, considerou ser “um projecto de esperança”, admitindo que agora é difícil a sua concretização, mas que “não deve ser abandonado, mas recalendarizado para uma melhor oportunidade”.
Carlos Cidade, que também participou na discussão do próprio orçamento, mostrou-se satisfeito pela forma como decorreram todos os plenários de militantes, este era o último, e apelou à participação de todos no “Encontro de Autarcas Socialistas do Concelho de Coimbra”, que se vai realizar no próximo sábado, na Casa Municipal da Cultura de Coimbra.
PS/Coimbra – Federação
Depois de Mário Ruivo, hoje é Victor Baptista que apresenta a sua recandidatura à presidência da Federação Distrital de Coimbra do Partido Socialista.
A apresentação irá decorrer hoje na Casa Municipal da Cultura, às 18 horas, sob o lema: “Trabalhar, Renovar, Ganhar”.
Blogue da candidatura: http://www.victorbaptista2010.com/
Seguramente que vou acompanhar com interesse esta luta, até porque ela é justa. Há muito que ando a lutar contra estas injustiças, que começaram no tempo de Durão Barroso/Ferreira Leite.
Nem sempre estou de acordo com Victor Baptista. Mas desta vez, subscrevo a sua opinião e retiro do contexto uma frase tantas vezes dita pelos economistas do regime, quanto às reformas do governo: “deviam ir mais longe”. Também eu te digo Victor: devias ir mais longe.
Hoje no “PÚBLICO”
VICTOR BAPTISTA acredita que o próximo Presidente da República vai chamar-se... Cavaco Silva. “Este é o tempo de Manuel Alegre e de uma nova candidatura à Presidência, mas temo que seja também o tempo de Cavaco, enquanto Presidente”, admite o deputado socialista.
O líder do PS/Coimbra reagia, ontem, à recandidatura a Manuel Alegre, anunciada no final da semana em entrevista ao diário “i”. Baptista não é, como se sabe, um alegrista, mas não foi tão longe como outros dirigentes socialistas – como José Lello ou Vitalino Canas –, que já deixaram claro que rejeitam o apoio ao poeta. Alegre, por seu turno, também não parece preocupado. Ao “i”, referiu que “as opiniões menos favoráveis são sempre dos mesmos”, aproveitando para reiterar a intenção: “eu sei que é uma maçada para quem não gosta, mas é um facto consumado: a candidatura arrancou e está no terreno”.
Em declarações à Antena 1, Victor Baptista começou por manifestar o “grande respeito” por Manuel Alegre, homem de “enorme dimensão cultural e humana”. Mas não deixou de lembrar a “caminhada muito própria” que ele sempre seguiu. É o caso, agora, do anúncio da recandidatura, antecipando-se e, “portanto, condicionando” o PS. Nada, porém, que surpreenda o deputado eleito por Coimbra, que admite, mesmo, que o histórico socialista venha a recolher “muitos apoios” no distrito onde foi, várias vezes, cabeça de lista.
Sobre apoios, Victor Baptista voltou a escusar-se a dizer se vai estar com Alegre. Mas sempre foi dizendo que o PS tem mais candidatos, “como Jaime Gama, António Vitorino ou António Guterres”.
A posição de Baptista é semelhante à da direcção do partido, que anunciou “respeitar e registar” a disponibilidade de Alegre, mas remeteu para mais tarde uma decisão sobre esta matéria, após a aprovação do Orçamento de Estado.
In Jornal "DIÁRIO AS BEIRAS" - 19-01-2010
Paulo Marques